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Grandes coisas fez o Senhor por nós!

 

¹ Quando o Senhor trouxe do cativeiro os que voltaram a Sião, estávamos como os que sonham. ² Então, a nossa boca se encheu de riso, e a nossa língua, de cânticos; então, se dizia entre as nações: Grandes coisas fez o Senhor a estes. ³ Grandes coisas fez o Senhor por nós, e, por isso, estamos alegres. ⁴ Faze-nos regressar outra vez do cativeiro, Senhor, como as correntes do Sul. ⁵ Os que semeiam em lágrimas segarão com alegria. ⁶ Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará, sem dúvida, com alegria, trazendo consigo os seus molhos. Salmos 126:1-6.

Introdução

Hoje, Domingo de Páscoa, celebramos a ressurreição de Cristo, trazendo o significado a respeito da libertação do cativeiro do pecado. O salmo que lemos tem o tema “Deus é louvado porque retirou do cativeiro o seu povo”. 

³⁴ Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é servo do pecado. ³⁵ Ora, o servo não fica para sempre em casa; o Filho fica para sempre. ³⁶ Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente, sereis livres. João 8:34-36.

Da mesma maneira, nós, também, recebemos libertação de um cativeiro, e eu gostaria de fazer algumas analogias entre aquele cativeiro e este do qual fomos libertos um dia.

O que podemos observar a respeito desta libertação, no Salmo, que traz verdades espirituais para a nossa vida nos dias de hoje?

Observamos atitudes positivas que moviam o coração daquelas pessoas, num sentido único, após o retorno do cativeiro, vejamos:

O que move o coração dessas pessoas?

1)      Movidos pelos sonhos: ¹ Quando o Senhor trouxe do cativeiro os que voltaram a Sião, estávamos como os que sonham.

O sonho funciona como uma projeção interna que nos alimenta e impulsiona a empenhar esforços para trazê-los à realidade. Os sonhos não podem desaparecer da vida do cristão.

a)      No sonho de Jacó, em Betel, ele sonhou com uma escada que dava até o céu, e Deus renovou a aliança que tinha com Abraão. Deus lhe disse que faria dele uma grande nação (Gênesis 28:10-22):;

b)     José, filho de Jacó, sonhou com uma exaltação que Deus faria na vida dele, no meio da família: aquele sonho tinha a ver com a providência de Deus na família de Jacó (Gênesis 37);

c)      Salomão teve um sonho onde Deus lhe disse: pede-me o que quiseres que eu te dê (1 Reis 3:5); Salomão recebeu grande sabedoria para governar e conduzir o reino a um período de paz e prosperidade;

2)      Movidos por gratidão à Deus (expressada): ² Então, a nossa boca se encheu de riso, e a nossa língua, de cânticos; então, se dizia entre as nações: Grandes coisas fez o Senhor a estes. ³ Grandes coisas fez o Senhor por nós, e, por isso, estamos alegres.

Ter um coração genuinamente grato à Deus, não é conduzido por pontualidades, e sim como estilo de vida. A gratidão deve ser genuína, para ser duradoura, e expressada, para ser reforçada por meio de: manifestação de alegria, de cânticos e testemunhos:

a)      Paulo recomenda a gratidão como estilo de vida que é a vontade de Deus: ¹⁸ Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco. (1 Tessalonicenses 5:18);

b)     Em Esdras, quando foram postos os alicerces do Templo, os sacerdotes se apresentaram paramentados, cantando com os levitas, para louvarem ao Senhor: todo o povo jubilou e alegrou-se; (Esdras 3:10-11);

c)      A gratidão nos faz testemunhar as bênçãos do Senhor. Dentro deste processo de retorno do cativeiro havia um testemunho de gratidão muito forte entre eles: “grandes coisas fez o Senhor por nós, e, por isso, estamos alegres”.

3)      Movidos por Oração (de continuidade): ⁴ Faze-nos regressar outra vez do cativeiro, Senhor, como as correntes do Sul.

Mesmo estando de volta, e contemplando as bênçãos do Senhor, havia uma contínua oração pela continuidade daquela restauração. O pedido deles é para que Deus continue e dê celeridade no processo: a simbologia são as correntes do Sul;

As correntes do sul, são os córregos de água que se formam impetuosamente, sendo até perigosos, nos períodos de chuva do Neguebe (deserto). As águas são tão fortes e tão rápidas que imediatamente o deserto se torna um lugar de lagos e riachos, trazendo vida à criação e à agricultura.

A impetuosidade e veemência dessas correntes de água refletem o desejo daquele povo na ação contínua de restauração de Deus na vida daquele povo; Deus já fez eles regressarem, mas, a oração é faze-nos regressar como as correntes do Sul. Há no pedido mais qualidade direcionada àquele que regressa!

4)      Movidos por semeadura: ⁵ Os que semeiam em lágrimas segarão com alegria. ⁶ Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará, sem dúvida, com alegria, trazendo consigo os seus molhos.

A semeadura é uma Lei. Quem planta colhe! No Reino de Deus, quem planta, colhe muito. No pós-cativeiro, eles haviam lançado os alicerces: Deus fala por meio de Ageu (2:9) que a glória da segunda casa será maior que a da primeira;

Não se trata de ter os mesmos materiais preciosos, e sim, de ter uma presença ainda maior de Deus na vida das pessoas naquele lugar; maiores providências e milagres seriam realizados na vida daquele povo, maior graça seria derramada ali;

O ministério de Jesus, perpassou por aquele segundo templo, e não pelo primeiro; Muitas vezes, Jesus foi ali, prestou culto, adorou, ensinou, curou e manifestou a glória de Deus, coisa que o primeiro Templo, em toda a sua beleza, não havia experimentado;

O que semeia-se, colhe-se. A semente é levada, por meio dos passos de quem a porta consigo. É necessário andar, para espalhar. As lágrimas, refletem o sacrifício com que se semeia, e a esperança de colher o seu fruto.

Não é fácil preparar a terra, semear e esperar o tempo do crescimento e da produção dos frutos. Mas, quem entende e passa pelo processo, volta, e traz consigo os seus molhos: o fruto da sua semeadura;

Considerações finais

Na última pregação que fizemos, aqui, falamos de Maria Madalena, a primeira missionária de Cristo, uma mulher que, pela gratidão daquilo que só Jesus pôde fazer por ela, após sua conversão, permaneceu durante todo ministério de Jesus, e, mesmo após sua morte, o procurou para lhe prestar beneficência (por meio da perfumação do seu corpo);

Ela encontrou Jesus, ressurreto no jardim do túmulo. Ela testemunhou coisas extraordinárias que viu ali. Grandes coisas fez o Senhor por ela, e, por meio da Páscoa (passagem), por nós, também!

Oração

 

MARCELO DAVILA

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