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Sinais que apontam para um futuro

João 20:11-18

1)     Introdução com resumo da vida de Maria Madalena[1]

Magdala era uma cidade localizada à beira do mar da Galileia, de onde veio Maria, de Magdala, popularmente conhecida como Maria Madalena.

Ela foi a mais importante discípula (seguidora) de Jesus e foi mencionada mais vezes do que qualquer outra mulher no Novo Testamento.

Lucas é quem dá uma atenção especial ao relato de sua vida, mostrando que ela fazia companhia a Joana, mulher de Cuza, o procurador de Herodes Antipas, e Susana. Essas três mulheres, aparentemente, eram mulheres de posses, pois "serviam com os seus bens" a Jesus e aos seus discípulos (Lc 8.3).

Ou seja, elas mantinham Jesus e os discípulos financeiramente na missão.

Lucas também afirma que Madalena foi liberta por Jesus de sete demônios, indicando assim, que ela possuía algum problema espiritual (Lc 8.2).

Uma conclusão mais plausível é que Maria Madalena, como pessoa de posses e como amiga da esposa do procurador de Antipas, fosse uma mulher de posição social alta, e não uma prostituta como já foi interpretado antes.

A devoção de Maria Madalena pelo Senhor fica evidente pelo serviço e respeito constantemente dedicado a Ele.

Madalena estava junto da cruz quando Jesus estava sendo crucificado (Jo 19.25). Ela cuidou de Jesus até depois da morte. Enquanto os discípulos fugiam e se escondiam, ela ficou para trás para observar onde José de Arimateia e Nicodemos o sepultariam.

Depois do descanso do sábado, planejaram voltar ao túmulo no domingo pela manhã, para ungirem o corpo de Cristo com especiarias e perfumes, que era um costume da época (Lc 23.56). No entanto, quando chegaram ao local onde Jesus foi sepultado, elas ficaram surpresas ao ver que a grande pedra que bloqueava a entrada do túmulo, estava removida (Jo 20.1). No mesmo instante, elas correram de volta à cidade, a fim de contar aos discípulos (Jo 20.2).

Maria Madalena, no entanto, voltou sozinha ao túmulo e chorou pelo Senhor. Dois anjos apareceram e lhe perguntaram qual a razão das lágrimas (Jo 20.11-13). Subitamente, no momento de seu maior desespero, Cristo apareceu, mas ela não foi capaz de reconhecê-lo. Ao pensar que se tratava do jardineiro, perguntou-lhe sobre o corpo de Jesus (Jo 20.14-15).

Cristo, então, gentilmente chamou-a pelo nome e Madalena o reconheceu (Jo 20.16). Ela tentou abraçá-lo, mas Jesus disse: "Não me detenhas, pois ainda não subi ao Pai. Vai, porém, a meus irmãos e dize-lhes: subo a meu pai e vosso pai, a meu Deus e vosso Deus". E assim, Maria Madalena tornou-se a primeira testemunha da ressurreição de Jesus (Jo 20.17-18).

A vida de devoção e gratidão que Maria mantinha para com o Senhor era tão grande que ela não se via mais vivendo distante dEle. A separação pela morte de Jesus, deixou Maria desesperada a ponto de voltar ao cemitério sozinha, durante a madrugada do domingo.

Naquele calor das emoções eles não sabiam ainda sobre as Escrituras que diziam que ele haveria de ressuscitar dos mortos. Porque ainda não sabiam a Escritura, que era necessário que ressuscitasse dentre os mortos. João 20:9.

2)     Certos sentimentos atrapalham a nossa visão

Tudo o que estava acontecendo ali, era extraordinário, e incompreensível para alguém em desespero. Maria estava desolada porque tudo o que ela viveu, pra ela, tinha acabado naquele final de semana. O pranto, o desespero, a desolação, o desapontamento com a vida: sentimentos assim cegaram e tiraram a compreensão de ver com mais clareza o que Deus está fazendo bem diante dela:

a)     Dois anjos estão vestidos de branco, dentro do túmulo, um aos pés e outro à cabeceira de onde tinham colocado o corpo de Jesus: eles falam com ela e ela responde para eles, porém, não se dá conta de que está falando com anjos;

b)    O Senhor aparece para ela, lhe chama e ela não consegue reconhecê-lo imediatamente, achando que fosse o jardineiro e perguntando-lhe onde pusera o corpo do Senhor;

3)     Havia sinais que apontavam acontecimentos diferentes dos que Maria enxergava

Aquilo que Maria via de ruim, era aquilo que estava acontecendo de bom.

a)     A pedra removida: ela pensou “roubaram o corpo do meu Senhor”, o que tinha acontecido: os anjos abriram o sepulcro;

b)    Dois anjos dentro do túmulo perguntando por que choras?: Porque levaram o meu Senhor, e não sei onde o puseram; o que tinha acontecido: O Senhor ressuscitou;

c)     Encontro com Jesus fora do túmulo: o senhor é o jardineiro, onde pôs o corpo do meu Senhor? O que tinha acontecido: Era o Senhor;

4)     Jesus interveio para mostrar o que realmente estava acontecendo

Maria estava olhando para dentro do túmulo, quando ela se afastou e ouviu o Senhor a chamando no jardim: Ela precisou mudar a direção do olhar do túmulo para Jesus.

Maria estava enxergando um jardineiro em Jesus, mas, quando a chamou pelo nome, ela o reconhece na mesma hora: Jesus a chama pelo nome de um jeito único que. Provavelmente, sua aparência já não era mais a mesma de Isaías 53:2-4; As ovelhas ouvem e reconhecem a voz do Seu Pastor (João 10:27).

5)     Jesus deu uma direção que era continuidade da história

A história não acabou ali, pelo contrário, dali em diante continuava a segunda parte da história, com novos planos, novos objetivos e novos direcionamentos e experiências com o Senhor.

O túmulo aberto não mostrou a ressurreição, os anjos não mostraram a ressurreição. Jesus mostrou a ressurreição.

Além disso, de mulher arrasada pelo sofrimento do seu Senhor, Maria se tornou a primeira testemunha e missionária de Jesus. Aquilo que parecia o fim, era a virada de página, era a continuidade do capítulo 2 daquela linda história.

6)     Aplicações práticas

6.1 Demonstre gratidão para sempre pelo que só Jesus fez por você!

Maria havia sido libertada de sete demônios, algo que só Jesus poderia fazer por ela naquele momento, visto que a autoridade de expulsar demônios ainda não havia sido delegada aos discípulos e ela cultivou um sentimento de gratidão muito grande ao ponto de servir ao Senhor pelo resto de sua vida.

O povo de Deus, quando saiu do Egito, o Senhor operou tantos milagres, tantas maravilhas, e eles reclamavam diariamente. Vejam o exemplo dessa mulher: não viu das pragas do Egito, não viu abrir o Mar Vermelho, não viu a morte dos egípcios, não experimentou o maná que caía do céu. O que ela recebeu do Senhor? Uma libertação de sete demônios.

Quando temos gratidão dentro do nosso coração, não é por muito que a gente sente vontade de agradecer. Tudo nos move em agradecer a Deus.

6.2 Perseverança no alvo

Maria foi com aquelas mulheres ao sepulcro, mas, foi ela quem voltou e viu o Senhor primeiro. Lembro-me das palavras de Pedro “Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna”. João 6:68.

A perseverança nos ajuda a trilhar o caminho do processo do começo ao fim. Ora, Maria estava ali parada, chorando, depois ela abaixa, depois fala com os anjos, depois se afasta, depois fala com o Senhor, e o reconhece, depois volta até o lugar aonde está os discípulos. Tudo perpassou pela perseverança e perseverar não é fácil.

Quem olha só pra vitória de alguém dificilmente enxerga todo o processo que essa pessoa passou para chegar aonde está. A perseverança ajuda todo cristão a suportar a carga do processo até o dia da redenção.

A primeira testemunha e missionária. Suportou a afronta de ser chamada de prostituta, de ser colocada como suspeita de ser mulher de Jesus, serviu ao Senhor durante todo o ministério terreno de Jesus, ficou por perto o tempo todo, depois, quis perfumar o corpo do Senhor, depois foi no cemitério sozinha.

6.3 Não me detenhas

Ela não poderia deter Jesus ali, só para ela. Ele subiria para o Pai, porém, enviar o Espírito Santo. Ele estaria ali, residindo no coração dela, consolando quando precisasse e direcionando em todo o tempo. Era necessário que ela o deixasse para tê-lo dentro de seu coração.

7) Oração!

[1] Enciclopédia da vida dos personagens bíblicos de A a Z: a vida dos principais personagens bíblicos em detalhes como você nunca viu antes! Rio de Janeiro: Edições Acadêmicas, 2018.

MARCELO DAVILA

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