O amor é a base da maturidade espiritual

¹ Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. ² E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. ³ E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. ⁴ O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. ⁵ Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; ⁶ Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; ⁷ Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. ⁸ O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; ⁹ Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos; ¹⁰ Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado ¹¹ Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. ¹² Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido ¹³ Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor. 1 Coríntios 13:1-13

Introdução

O texto de 1 Coríntios 13 tem como título a Suprema Excelência do Amor. A maior parte do texto exalta o amor e suas qualidades, porém, quando chegamos ao versículo 11, Paulo volta-se para sua pessoa dizendo que era menino e, agora, é homem.

Parece sem sentido, a presença dessa fala no meio do texto, mas, na verdade, é um importante testemunho do que o amor, de que ele discorre desde o começo, realizou na vida dele. O amor o amadureceu.

1. É necessário crescer e amadurecer

Existem coisas que fazíamos quando éramos crianças, que hoje não fazemos mais. Fazíamos coisas de crianças porque não tínhamos compreensão do perigo e da responsabilidade.

Na medida que a criança deixa de fazer algumas coisas ou de ter determinados comportamentos, na medida em que ela vai se desenvolvendo, na medida em que vai crescendo, não apenas no aspecto físico, mas, também no aspecto intelectual, ela deixa de fazer algumas coisas, em função deste crescimento.

2. O que não é sinal do amadurecimento que Paulo fala

v.1: Falar a língua dos homens e dos anjos (não é língua estranha): Seria uma capacidade extraordinária de compreender diversos idiomas e culturas, mas, que não é sinônimo de amadurecimento espiritual;
v.2: Recebimento e desenvolvimento de dons espirituais: tais como profecia, revelação (conhecimento), uma fé plena e miraculosa, mas não significa ter maturidade, embora, possam contribuir para ela;

v.3: Filantropia e abnegação: Ainda que alguém dê toda a sua fortuna aos pobres e dê seu corpo para ser queimado vivo, se não tiver o amor, nada se aproveitaria.

3. Sinais da presença da maturidade

v.4-7: Está na transformação, no crescimento e no desenvolvimento do amor. Não estamos falando de um amor subjetivo, superficial, romantizado. Esse amor é objetivo e possui qualidades visíveis e notórias na vida de alguém que que cresceu e está desenvolvendo a maturidade espiritual.

Pessoas maduras aprendem coisas sobre o amor verdadeiro:

O amor é sofredor: pessoas maduras suportam o sofrimento que Deus permite que elas enfrentem, sabendo que o sofrimento é uma característica da vida cristã, mas, que também é condicionado ao propósito de Deus; Pessoas imaturas repetem: eu não aceito! Lembra-se de Jó? Receberíamos o bem de Deus e não o mal?
O amor é benigno: Faz o bem ou não paga com a mesma moeda o mal que recebeu;
O amor não é invejoso: se alegra com a conquista do outro, desejando-lhe que vá muito além daquilo que já conquistou;
O amor não trata com leviandade: não trata com falta de consideração, tratar com falta de seriedade;
O amor não se ensoberbece: não faz alguém se sentir elevado, superior a outra pessoa.
Não se porta com indecência: imoralidade ou pouca-vergonha;
Não busca os seus interesses: não é egoísta, não quer tudo para si, não busca apenas o que é do seu interesse;
Não se irrita: não é uma pessoa que “desce do salto”, que grita com alguém, não surta;
Não suspeita mal: não desconfia do próximo, trata a pessoa com palpites ruins; Tito 1:15.
Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade: repousa na verdade, na justiça;
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

4. O amor está a amadurecer o cristão até a vinda de Cristo

v.8-10: os dons maravilhosos que são dados à igreja, ainda assim, não nos dão a plenitude de todo o saber, e a base de comparação está na perfeição que haverá com a vinda de Cristo a arrebatar a sua igreja, ou seja, aquele que é perfeito. Quando Cristo vier, tudo o que é perfeito em parte desaparecerá.

O amor é perfeito (nunca falha) e os efeitos de sua presença produzem crescimento até a vinda de Cristo.

A maturidade é um fruto do tratamento do amor. Ela é o resultado de todo conhecimento e experiências espirituais adquiridas através do relacionamento com Deus, por meio da oração, da leitura e obediência à Palavra de Deus e do convívio com as pessoas.

Deus quer que cresçamos na horizontal e na vertical. Na medida em que nos relacionamos com Deus e com as pessoas aumentamos o nosso nível de amadurecimento espiritual.

Na igreja de Corinto havia muitos irmãos cheios de sabedoria doutrinária e outros cheios de dons espirituais, entretanto, Paulo se dirigiu a eles chamando-os de “crianças espirituais”, porque viviam brigando uns com os outros.

5. Aplicações práticas sobre maturidade espiritual

a) O crescimento espiritual não é uma opção, mas uma necessidade: Todo cristão precisa compreender isso. O crescimento espiritual não é uma opção, mas uma necessidade. À medida que crescemos espiritualmente, desenvolvemos maior resistência contra os três inimigos do homem: o diabo, a carne e o mundo

b) A maturidade espiritual não é instantânea: Hoje quase tudo é instantâneo, mas quando o assunto é maturidade espiritual é preciso dizer que ela não acontece instantaneamente. Não basta sentar-se no banco ou na cadeira de uma igreja, ouvir belas canções e ouvir um bonito sermão para se alcançar maturidade espiritual. A maturidade vem por meio de um processo que envolve tempo, idas e vindas, altos e baixos, até chegarmos num nível estável. Ela deve ser conquistada palmo a palmo, dia após dia.

c) Maturidade envolve responsabilidade: Essas duas palavras caminham juntas. Uma pessoa madura será alguém que assume responsabilidades. Responsabilidades trazem maturidade. Se uma pessoa te diz que é madura, pergunte com o que ela está comprometida.

d) Sinais de Maturidade:

Envolvimento sério com o corpo de Cristo.
Constância e perseverança.
Enfrentar problemas sem ser abalado.
Relacionamentos saudáveis.
Lealdade (a Deus, ao cônjuge, aos líderes, aos irmãos).
Discernimento espiritual.

e) Dicas para atingir maturidade.

Mantenha contato com pessoas maduras. Somos fortemente influenciados pelas pessoas com quem andamos. Ouça muito e fale pouco.

Enfrente todas as situações difíceis que estiverem diante de você. Elas serão a sua oportunidade de crescimento. Todas as pessoas maduras em Deus já enfrentaram muitos problemas.

Invista tempo e esforço no estudo, meditação e aplicação diária da Palavra de Deus em seu dia-a-dia.

MARCELO DAVILA

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