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Andando no Espírito - Romanos 8

Romanos 8:1; 18-39.

Prenúncio

Em 31 de Dezembro de 2017, no último culto do ano, ouvimos uma mensagem da Pastora Abigail com o tema “Meta para 2018: ser o cristão que Deus espera que eu seja”, baseado no livro de Efésios 5 e 6, onde recebemos orientações para:

  1. SER O CRENTE QUE DEUS ESPERA QUE EU SEJA
  2. SER O MARIDO QUE DEUS ESPERA QUE EU SEJA
  3. SER A ESPOSA QUE DEUS ESPERA QUE EU SEJA
  4. SER O FILHO QUE DEUS ESPERA QUE EU SEJA
  5. SER OS PAIS QUE DEUS ESPERA QUE EU SEJA
  6. SER O SERVO QUE DEUS ESPERA QUE EU SEJA

Acredito que, de alguma maneira, procuramos pôr em prática essas coisas durante o ano de 2018, algumas áreas com mais intensidade do que outras. Mas, o ano de 2018 está terminando e esse período é propício para uma autoanálise, diante do Senhor, de como passamos o ano e renovarmos alguns planos para 2019.

Não devemos fazer isso, sem a orientação da Palavra de Deus e a ajuda do Espírito Santo. Por isso, quero meditar com a igreja na Palavra, para pedirmos orientações práticas ao Senhor para o ano que já vem aí.

Introdução

A carta de Romanos é considerada uma das mais profundas reflexões teológicas de Paulo. Não é uma carta para ser lida com pressa e a sua exposição se mostra difícil também para pregadores da Palavra de Deus. Mas, é de desafios que vivemos.

Sucintamente, o apóstolo Paulo, dos capítulos 1 aos 7, vai comentar sobre os efeitos devastadores do pecado e da insuficiência da Lei para salvar, sendo necessária a justificação pela fé em Cristo como requisito básico à salvação.

Paulo foi um fariseu e membro do Sinédrio (até antes da sua conversão) e por ser conhecedor todas as exigências da Lei concluiu ser um pecador sem remissão, dizendo “Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse faço”.

Por isso, o capítulo 8 de Romanos ele fala “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito”. Romanos 8:1.

Paulo coloca dois requisitos importantes sobre estar livre de condenação:

  1. Para os que estão em Cristo Jesus;
  2. E não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito;

Existe uma vida de causa e efeito: Causa: estar em Cristo, Efeito: andar segundo o Espírito.

Como identificar alguém que anda no Espírito?

1) Sabe encarar as aflições:

  • v.18. Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada. Tem maturidade para compreender que na vida cristã existem aflições e a esperança é de uma vida gloriosa maior;

2) Aguarda a vinda de Cristo:

  • v.19-23. Considera como ardente expectação o dia da liberdade da glória dos filhos de Deus. É uma pessoa que não está presa nas coisas deste mundo. Sabe viver aguardando a vinda repentina do Senhor, sabendo que seus planos terrenos serão interrompidos;

3) Anda pelos olhos da fé 

  • v.24,25. Porque em esperança fomos salvos. Ora a esperança que se vê não é esperança; porque o que alguém vê como o esperará? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o esperamos. Não anda pelos olhos desse mundo, mas, pelos olhos da fé.

4) Confia na intercessão do Espírito Santo 

  • v.26,27. E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. Confia na intercessão do Espírito Santo como oração perfeita que no seu próprio entendimento não poderia exprimir.

5) Tem maturidade espiritual 

  • v.28-30 E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito... Confia que todas as coisas vão culminar para seu bem. Não vive de cobranças com Deus.

Ante a essa análise Paulo faz uma pergunta? Que diremos, pois, a estas coisas? Romanos 8:31. Quais conclusões tiramos disso?

Reflexões práticas para 2019

Vamos ver como o texto bíblico nos orienta para aplicarmos isso em nossa vida prática em 2019:

1.     Deixe ser tocado pelo amor de Deus (v.31)

Se Deus é por nós, quem será contra nós? Romanos 8:31.

  • A afirmativa de que “Deus é por nós” é o mais elevado degrau da escala de consolo.
  • Revela que a oposição vinda de outros meios não tem maior eficácia contra nossas vidas.
  • Paulo não ignora que existem adversários, os versículos seguintes falam das mais violentas formas de oposição: Tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez, perigo ou espada e morte.
  • Mas, nada é contra nós ao ponto de fazer-nos o mal que se pretende, visto que todas as coisas cooperam juntamente para o bem daqueles que amam a Deus (v.26).
  • Deus é especialista em usar a seu favor os ventos adversos:

E quero, irmãos, que saibais que as coisas que me aconteceram contribuíram para maior proveito do evangelho; De maneira que as minhas prisões em Cristo foram manifestas por toda a guarda pretoriana, e por todos os demais lugares; E muitos dos irmãos no Senhor, tomando ânimo com as minhas prisões, ousam falar a palavra mais confiadamente, sem temor. Filipenses 1:12-14.

2.     Viva a vontade permissiva de Deus (v.32)

Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas? Romanos 8:32.

Vemos o exemplo de confiança na vontade permissiva Deus na relação com seu Filho:

1) Deus não poupou seu filho de sofrimentos impostos pelos nossos pecados. A ideia é de que Deus não aliviou do castigo sobre seu Filho;

  • Um juiz poupa um réu quando não pronuncia a sentença proporcional ao delito praticado;
  • O pai poupa o filho quando não aplica a plena medida do castigo que merece;
  • Não houve qualquer alívio (em lugar de água deram-lhe fel) pois a Deus agradou em moê-lo;

Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão. Isaías 53:10.

  • Não houve qualquer mitigação, pois a Deus aprouve aplicar irrestrito juízo, para nos poupar;

2) Mesmo assim, não houve suspensão de relacionamento paterno porque vemos que ainda assim a Palavra diz “Seu próprio Filho”;

  • Surge uma junção incomparável com o ato de amar e não poupar;
  • Deus entregou seu filho ao seu arqui-inimigo e seus seguidores, para fazerem tudo o que poderiam fazer com Ele;
  • O poder das trevas teve a oportunidade de desfechar o máximo de seu ódio sobre o Senhor;
  • Se restrições tivessem sido colocadas sobre o poder do inimigo, Jesus não teria destronado potestades e poderes publicamente;

3) Não nos dará com Ele também todas as coisas?

  • A maior graça está na expressão “com Ele”, com Jesus;
  • As demais bênçãos são secundárias e graças de menores proporções;

3.     Confie na Obra salvífica de Cristo (v.33-34)

Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós. Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Romanos 8:33-35.

A ideia aqui é de um tribunal que, agora, tem seus trabalhos suspensos.

  • Acusação: geralmente oferecida por Satanás contra todas as pessoas, e principalmente contra os salvos. É anulada pela obra de justificação;
  • Condenação: tratada pelo Juiz, que é Deus. Mas, é anulada devido a obra salvífica de Cristo: morte, ressurreição, posição de nosso advogado (à direita de Deus) e intercessor;

4.     Deleite no amor inseparável de Cristo (v.35-39)

Quem nos separará do amor de Cristo? Romanos 8:35.

  • As adversidades terrenas se apresentam como circunstâncias adversas pelas quais o caráter do crente é moldado, mas não são capazes de nos separar do amor de Cristo.

Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou. Romanos 8:37.

  • Em todas essas coisas somos mais do que vencedores por amor de Cristo, não é pelo nosso amor, que apresenta oscilações e graus de imperfeição. É pelo amor perfeito que Cristo sente pela sua igreja.

Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor. Romanos 8:38,39.

  • Dimensões de tempo, espaço e elementos da criação, não podem se interpor entre o amor que Cristo sente por nós.

Desafio

Deixo aqui um desafio aos crentes para andarem no Espírito, se entregarem ao Senhor neste ano de 2019, confiando plenamente no Seu caráter e na Sua bondade.

MARCELO DAVILA

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