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Por que ser um dizimista fiel?

Texto: Malaquias 3:7-18

1)  Dízimo, o que significa?

 

Antes de tecermos qualquer comentário a respeito do dízimo, é importante saber em primeiro   lugar qual o seu significado, tanto literal quanto espiritual. Sem seus valores devidamente esclarecidos e esmiuçados, é impossível ao cristão ou a qualquer ser humano compreender a importância dos dízimos para sua vida pessoal e para a obra de Deus.

Literalmente, a palavra dízimo é uma derivação do termo hebraico asar e significa dez ou décima parte.

Mas, este termo quando é analisado pela raiz, quer dizer acumular, crescer, enriquecer. Isso significa dizer, de acordo com essa raiz, que, quando entregamos a Deus a décima parte do que recebemos mensalmente ou dos lucros de um negócio ou empresa, estamos, ao contrário do que se pensa, sendo agraciados com as bênçãos de Deus, recebendo prosperidade financeira, crescendo, acumulando bens e enriquecendo.

E, uma das grandes evidências que fundamenta essa verdade sobre a prosperidade proporcionada pelo ato de dizimar está na veemência com que Deus manda o povo israelita trazer os dízimos para sua Casa e depois, prová-Lo:

Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes. Malaquias 3:10.

Deus promete também repreender, através do dízimo, o demônio característico da miséria: o espírito devorador. Esse demónio tem sido o grande vilão na vida de inúmeras pessoas na face da Terra. Não há um país que esteja livre dele. Até as nações consideradas de Primeiro Mundo estão cheias de mendigos e pessoas que vivem na mais terrível miséria, POIS, sua área de atuação é a vida financeira, causando prejuízos, desempregos, dívidas, falências, estragos nos bens e males diversos que necessitam grande dispêndio de dinheiro:

E por causa de vós repreenderei o devorador, e ele não destruirá os frutos da vossa terra; e a vossa vide no campo não será estéril, diz o Senhor dos Exércitos. Malaquias 3:11

Espiritualmente, o valor do dízimo transcende o valor literal, pois significa salvação de almas, sendo o principal agente provedor das condições necessárias para que os homens de Deus possam anunciar nos quatro cantos da Terra as Boas Novas, o evangelho da salvação. Através dos dízimos, a igreja pode chegar a milhares de pessoas, simultaneamente, através das rádios, televisões, jornais e de todos os meios de comunicação disponíveis.

Além disso, ele é o responsável pela manutenção da Casa de Deus, onde diariamente inúmeras pessoas, perturbadas, doentes, viciadas e arrasadas pelos demónios, encontram alento para seus pesares, libertação dos males espirituais e transformação de suas vidas.

A Igreja exerce uma função de extremo valor para a sociedade, aproximando os perdidos e sofridos de Deus e, consequentemente, conduzindo-os a uma nova vida, abençoada e feliz. Desse modo, manter a Igreja aberta é uma necessidade vital para todos os povos e nações da Terra. Com isso, torna-se bem-aventurado o homem que compreende o valor espiritual do dízimo, pois a sua fidelidade, intrinsecamente ligada à salvação de milhares de almas, o faz ser um valoroso aliado de Deus na luta contra o diabo. Certamente tal homem terá sempre sua vida abençoada e suas orações ouvidas pelo Senhor Jesus.

Agora estarão abertos os meus olhos e atentos os meus ouvidos à oração deste lugar. Porque agora escolhi e santifiquei esta casa, para que o meu nome esteja nela perpetuamente; e nela estarão fixos os meus olhos e o meu coração todos os dias. 2 Crônicas 7:15,16

2)  O dízimo na história

O ato de dar o dízimo é parte integrante de toda história do povo de Deus. Sempre que havia colheitas ou nascia alguma cria dos rebanhos, era costume retirar as primícias para oferecer a Deus. Abraão foi um dos primeiros homens mencionados na Bíblia a oferecer dízimos a um sacerdote. Logo após receber a promessa do Deus de Israel de que seria pai de uma numerosa nação e proprietário de todas as terras onde habitava, Abraão construiu um altar para ofertas e dízimos:

E apareceu o Senhor a Abrão, e disse: À tua descendência darei esta terra. E edificou ali um altar ao Senhor, que lhe aparecera. Gênesis 12:7.

Embora não houvesse ainda leis ou regulamentos que estabelecessem oficialmente o dízimo, Abraão frequentemente o levava ao altar apropriado, onde eram celebradas as cerimônias religiosas em louvor e sacrifício ao verdadeiro Deus. Na época em que seu sobrinho Ló foi levado cativo pelo rei Quedorlaomer e seus aliados, ele tomou consigo trezentos e dezoito homens e os perseguiu até vencê-los, libertando seu sobrinho e trazendo consigo grande quantidade de riquezas. Dos despojos, Abraão fez questão de retirar o dízimo e entregar ao sacerdote:

E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote do Deus Altíssimo. E abençoou-o, e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra; E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo. Gênesis 14:18-20.

O dízimo é um ato que expressa confiança irrestrita em Deus, e quem o entrega recebe dEle uma vida plena e feliz. O velho Abraão foi um testemunho exemplar dessa premissa. Sua fé, fidelidade e amor ao Deus Altíssimo eram superiores a todos os seus contemporâneos, e por si só, resolveu tributar a Deus parte do que lhe vinha às mãos, sem usura ou avareza. Deus conhecia o coração de Abraão e sabia do zelo que tinha por Sua casa, por isso abençoou a ele e sua família, engrandecendo sobremaneira sua posteridade e dando-lhe uma vida longa e farta:

Estes, pois, são os dias dos anos da vida de Abraão, que viveu cento e setenta e cinco anos. E Abraão expirou, morrendo em boa velhice, velho e farto de dias; e foi congregado ao seu povo; Gênesis 25:7,8

3)  O estabelecimento oficial do dízimo

 

A lei que estabelecia o dízimo como obrigatoriedade aos filhos de Israel, surgiu com a necessidade de sustento da tribo de Levi que foi designada para cuidar exclusivamente do tabernáculo da congregação. A tribo de Levi não trabalharia em ofícios normais, e deveria dedicar-se totalmente ao serviço da congregação e tudo concernente a ela. Por isso, como não podiam trabalhar em prol de suas famílias, Deus determinou que parte das colheitas, das crias dos animais e de tudo o que se negociava fosse entregue no templo para provimento das condições necessárias aos cultos e às solenidades festivas:

E eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por herança, pelo ministério que executam, o ministério da tenda da congregação. E nunca mais os filhos de Israel se chegarão à tenda da congregação, para que não levem sobre si o pecado e morram. Mas os levitas executarão o ministério da tenda da congregação, e eles levarão sobre si a sua iniqüidade; pelas vossas gerações estatuto perpétuo será; e no meio dos filhos de Israel nenhuma herança terão, Porque os dízimos dos filhos de Israel, que oferecerem ao Senhor em oferta alçada, tenho dado por herança aos levitas; porquanto eu lhes disse: No meio dos filhos de Israel nenhuma herança terão. Números 18:21-24.

4)  A santidade do dízimo

 

As primeiras coisas dizimadas aos sacerdotes eram as colheitas, as frutas e alguns animais, exceto os que eram considerados imundos. Dos animais considerados superiores, ao passarem para a pastagem, um de cada dez era retirado como dízimo. Os produtos da terra, depois de oferecidos, podiam, de acordo com a conveniência ou necessidade do produtor, ser trocados por dinheiro, desde que os valores fossem correspondentes a duas vezes o valor dos produtos. Mas, não era permitido o resgate de uma décima parte do rebanho de ovelhas ou gado bovino, por serem considerados santíssimos.

Todavia, nenhuma coisa consagrada, que alguém consagrar ao Senhor de tudo o que tem, de homem, ou de animal, ou do campo da sua possessão, se venderá nem resgatará; toda a coisa consagrada será santíssima ao Senhor. Levítico 27:28.

Enquanto os filhos de Israel mantiveram obediência aos preceitos de Deus, cumprindo a determinação de separar o dízimo de tudo que possuíssem, a prosperidade esteve presente na vida deles, suas plantações e os frutos da terra produziam em grande abundancia, as crias dos animais eram de boa qualidade e se multiplicavam copiosamente.

A fartura dos filhos de Deus crescia de tal maneira que o tabernáculo ficava pequeno para receber a grande quantidade de dízimos, tanto de animais, quanto de frutos da terra, que mensalmente eram levados aos sacerdotes:

E, depois que se divulgou esta ordem, os filhos de Israel trouxeram muitas primícias de trigo, mosto, azeite, mel, e de todo o produto do campo; também os dízimos de tudo trouxeram em abundância. E os filhos de Israel e de Judá, que habitavam nas cidades de Judá, também trouxeram dízimos dos bois e das ovelhas, e dízimos das coisas dedicadas que foram consagradas ao Senhor seu Deus; e fizeram muitos montões. 2 Crônicas 31:5,6.

5)  A infidelidade e a miséria dos israelitas

 

Com o passar dos anos, os filhos de Israel foram se esquecendo dos mandamentos de Deus, profanando Sua Casa, oferecendo animais Imundos sobre o altar do tabernáculo e deixando de dar os dízimos. A consequência foi desastrosa.

Sobreveio uma terrível miséria sobre a terra e seus moradores padeciam com a fome. A terra já não produzia mais com tanta abundância e os animais quando não nasciam aleijados, nasciam doentes. O povo, que outrora se deleitava com fartas colheitas, estava agora sobrevivendo apenas com migalhas das plantações infrutíferas

Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, e da sua boca devem os homens buscar a lei porque ele é o mensageiro do Senhor dos Exércitos. Mas vós vos desviastes do caminho; a muitos fizestes tropeçar na lei; corrompestes a aliança de Levi, diz o Senhor dos Exércitos. Por isso também eu vos fiz desprezíveis, e indignos diante de todo o povo, visto que não guardastes os meus caminhos, mas fizestes acepção de pessoas na lei. Malaquias 2:7-9.

Mas, os filhos de Israel tiveram também parcela de culpa na infidelidade demonstrada ao Senhor, uma vez que a responsabilidade de cada um para com Deus e para com Sua lei deve ser a expressão de uma fé pura e voluntária, e nunca a imposição humana.

6)  A Palavra de Deus

 

Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, sim, toda esta nação. Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes. E por causa de vós repreenderei o devorador, e ele não destruirá os frutos da vossa terra; e a vossa vide no campo não será estéril, diz o Senhor dos Exércitos. E todas as nações vos chamarão bem-aventurados; porque vós sereis uma terra deleitosa, diz o Senhor dos Exércitos. As vossas palavras foram agressivas para mim, diz o Senhor; mas vós dizeis: Que temos falado contra ti? Vós tendes dito: Inútil é servir a Deus; que nos aproveita termos cuidado em guardar os seus preceitos, e em andar de luto diante do Senhor dos Exércitos? Ora, pois, nós reputamos por bem-aventurados os soberbos; também os que cometem impiedade são edificados; sim, eles tentam a Deus, e escapam. Então aqueles que temeram ao Senhor falaram frequentemente um ao outro; e o Senhor atentou e ouviu; e um memorial foi escrito diante dele, para os que temeram o Senhor, e para os que se lembraram do seu nome. E eles serão meus, diz o Senhor dos Exércitos; naquele dia serão para mim joias; poupá-los-ei, como um homem poupa a seu filho, que o serve. Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não o serve. Malaquias 3:8-18.

 

Aplicações práticas

 

1)    v. 8-9 Não se rouba dinheiro de Deus, e sim a ADORAÇÃO que lhe é devida por meio de tudo o que Ele nos confia; O povo de Israel era amaldiçoado por causa disso, ou seja, eram excomungados, deixavam de usufruir de comunhão plena com Deus e colher maiores bênçãos;

2)    v.10 Os dízimos devem ser trazidos à Casa do Tesouro, que era um departamento do Templo, responsável por entesourar os dízimos e ofertas e ministrar as necessidades dos sacerdotes e as despesas do funcionamento e manutenção dos espaços;

3)    v.10-12 São derramadas bênçãos de Deus sobre a vida do dizimista e ofertante: janelas do céu são abertas, demônios que atuam na área da falência e fracasso financeiro são repreendidos; Certamente, isso não está preso dentro de um espaço de tempo ou somente a um povo, mas sim a um princípio espiritual relacionado à prática da generosidade associada à alegria reservada à todo crente;

4)    v.13-15 O não-dizimista se apoia numa observação humana da vida social, se atentando à aparente prosperidade daqueles que não servem a Deus;

5)    v.16-18 Os que temem ao Senhor, tem um memorial diante de Deus, são poupados por Deus, como um filho que o serve, e vive a diferença no mundo.

 

Oração!

 

MARCELO DAVILA

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