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O fim da presente era

⁹ Ele respondeu: Vai-te, Daniel, porque estas palavras estão cerradas e seladas até o tempo do fim. Daniel 12:9

²⁰ Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente cedo venho. Amém. Ora vem, Senhor Jesus. Apocalipse 22:20

Introdução

Nos seus últimos dias na Terra, Jesus falou com os discípulos acerca do final dos tempos, despertando neles muitas perguntas nos discípulos. De fato, o assunto acerca do final dos tempos, além de palpitante, precisa ser conhecido.

Jesus preveniu os Seus seguidores a estarem atentos e vigilantes quanto aos acontecimentos: "E olhai por vós, para que não aconteça que o vosso coração se carregue de glutonaria, de embriaguez, e dos cuidados da vida, e venha sobre vós de improviso aquele dia” (LC 21.34).

Assim que a Igreja for arrebatada, o anticristo surgirá como alguém muito especial, capaz de assumir o controle do mundo e de estabelecer uma trégua, pelo menos, até a metade do período de tribulação, ou seja, por três anos e meio. Porém, da segunda metade para o fim, revelará sua natureza perversa, a ponto de causar espanto a todo ser humano.

A figura do anticristo tem tudo a ver com a Tribulação. O fato de a Bíblia dizer que o espírito do anticristo já está no mundo nada tem a ver com a sua pessoa. Trata-se de assuntos isolados. O termo "anticristo" aparece somente nas Epístolas de João (l Jo 2.18-22; 4.3; 2 Jo 7) e refere-se não à pessoa do anticristo, mas às doutrinas falsas e distorção de toda a revelação bíblica que se tem a respeito de Cristo. Esse espírito vem agindo desde o início.

1. As divisões do livro de Apocalipse

Quando se fala das últimas coisas, o primeiro livro na Bíblia que nos vem à mente é o Apocalipse; ainda que ele não seja o único a tratar dos acontecimentos finais. Há Profecias a respeito desse assunto no Antigo Testamento, nos discursos de Jesus narrados nos Evangelhos, bem como nas epístolas do Novo Testamento, entretanto, o Apocalipse é um tratado específico sobre o assunto, principalmente no que diz respeito ao tempo da Grande Tribulação.

Logo no início do livro do Apocalipse, há uma explicação dada pelo próprio Senhor sobre a sua divisão: "Escreve as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de acontecer" (Ap 1.19);

Portanto, assim se pode esboçar:

a)      "as que tens Nisto" - O Cristo glorificado no Seu trono;

b)      "as que são" - a era presente, ou seja, a Igreja;

c)      "coisas que hão de acontecer” ao final da história.

O livro do Apocalipse tem 22 capítulos. A maioria deles trata da Grande Tribulação (6-19). São 14 capítulos para falar de sete anos de tribula e apenas 10 versículos para falar de mil anos de paz (Ap 20.1-10).

Das cartas às igrejas da Ásia Menor, Éfeso (Ap 2.1-7); Esmirna (2.8_ II); Pérgamo (2.12-17); Tiatira (2.18-29); Sardes (3.1-6); Filadélfia (3.7-13) e Laodiceia (3.14-21), todas da Ásia Menor. Cada igreja tem suas peculiaridades morais e espirituais mencionadas no texto. O Senhor elogia e exorta, ao mesmo tempo, de acordo com a característica destacada de cada uma. Essas igrejas, segundo a visão dispensacionalista além de históricas também trazem consigo alguma representação simbólica da igreja no interregno da sua histórica, que vai desde o primeiro século até o surgimento das denominações evangélicas pós-reforma Protestante.

O livro está assim divido em seus capítulos: capítulo 1: O Cristo glorificado, capítulos 2 e 3: mensagem às sete igrejas da Ásia; capítulo 4: a igreja arrebatada; capítulo 5: igreja glorificada; capítulos 6 a 19: a Grande Tribulação; ainda no capítulo 19, a volta e Jesus para julgar as nações; capítulo 20, o Milênio e o Juízo final; capítulos 21 e 22, estado eterno.

2. As coisas que são

 

2.1         O princípio das dores

Jesus fala de um tempo de dores que precedem à Tribulação, Tempo que ele denomina de "princípio das dores” (Mc 13.8). Desse período, a Igreja não escapa, e quem pode dizer que já não estamos nele? Nesse período (que precede o tempo do fim), a Igreja — que já sofre desde o início da sua história — passará por mais apertos, o que exigirá dos crentes maior discernimento e maior fidelidade. Jesus adverte: surgirão falsos Cristos (Mc 13.6); haverá guerras (Mc 13.7); crentes serão julgados (Mc 13.9); haverá mortes dentro da própria família (Mc 13.12); haverá perseguição ao evangelho (Mc 13.13); fome (Mt 24.7); terremotos (Mt 24.7); ódio, traição e morte (Mt 24.9,10); falsos profetas (Mt 24.11) e multiplicação da iniquidade (Mt 24.12).

2.2         Os últimos dias e última hora

A expressão "últimos dias", que aparece nas Escrituras, tanto se refere à Igreja desde quando iniciou suas atividades, há dois mil anos (Hb 1.1);

Quanto ao final dos tempos, quando já estiver próximo o arrebatamento (1 Pe 1.5, 20; Jd 18;1; Tm 4.1). João usa a expressão "última hora" (1 Jo 2:18). O que está previsto para esse tempo: degradação moral e inimizade contra Deus (2 Tm 3,1-5); negação de Cristo (1 Jo 2.18; 4.3); incredulidade sobre o arrebatamento (2 Pe); apostasia (1 Tm 4.1,2).

3. As coisas que hão de acontecer

 

3.1         A Grande Tribulação

A Grande Tribulação faz parte do programa de Deus na história e ela tem duas finalidades bem específicas: "O propósito de Deus para Israel na tribulação é promover a conversão de uma multidão de judeus que entrarão nas bênçãos do reino e experimentarão o cumprimento de todas as alianças de que muitas vezes, a nação de Israel frustrou os planos de Deus por causa da desobediência.

O outro propósito da Grande Tribulação, é derramar juízo sobre a humanidade ímpia. A humanidade, de modo absoluto, vem provocando grandemente a ira de Deus. A maldade do coração humano tem ultrapassado todos os limites da tolerância divina, e o cálice do Seu furor está se enchendo para ser derramado naquele período que Ele reservou para tal fim. "Assim diz o Senhor dos Exércitos: Eis que o mal sai de nação para nação, e grande tormenta se levantará dos confins da terra. E serão os mortos do Senhor, naquele dia, desde uma extremidade da terra até à outra extremidade da terra; não serão pranteados, nem recolhidos, nem sepultados; mas serão como estrume sobre a face da terra" (Jr 25.32,33).

3.2         Oportunidade de salvação

Acerca deste tempo, Jesus anunciou: "E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim" (Mt 24.14). O evangelho do Reino é exatamente o mesmo que pregamos. Desse modo, além de eles esperarem pela Grande Tribulação, esperam também que o evangelho seja pregado no mundo inteiro, para que Jesus possa vir.

Durante a Tribulação, o diabo, que hoje luta contra a Igreja, moverá forte perseguição contra os judeus — principalmente — e também contra todos os que aceitarem a mensagem de salvação. O anticristo não exercerá apenas poder político, mas também religioso.

  • Os 144 mil separados por Deus, anunciarão a vinda de Cristo
  • As duas testemunhas profetizarão 3,5 anos da tribulação
  • O anjo do Senhor adverte sobre a marca da Besta

3.3         O Espírito e a pessoa do anticristo

O apóstolo João empreendeu grande combate contra a heresia que estava se infiltrando no seio da Igreja primitiva. O apóstolo João combatia os gnósticos que negavam à Cristo, instigando as pessoas contra todo o plano de Deus para a salvação dos homens e, de um modo mais específico, por meio dos falsos profetas. O espírito do anticristo é um espírito de mentira que veio para contradizer toda a mensagem de Jesus à Sua Igreja.

²² Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? É o anticristo esse mesmo que nega o Pai e o Filho. 1 João 2:22

¹⁸ Filhinhos, é já a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também agora muitos se têm feito anticristos, por onde conhecemos que é já a última hora. ¹⁹ Saíram de nós, mas não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam conosco; mas isto é para que se manifestasse que não são todos de nós. 1 João 2:18,19

Já a manifestação da pessoa do anticristo depende da saída do que o do Espírito Santo. O Espírito Santo, que subirá com a Igreja no dia do arrebatamento: ⁶ E agora vós sabeis o que o detém, para que a seu próprio tempo seja manifestado. 2 Tessalonicenses 2:6

Surgirá, então, a PESSOA do anticristo. Alguém com inteligência e sagacidade: ³⁶ E este rei fará conforme a sua vontade, e levantar-se-á, e engrandecer-se-á sobre todo deus; e contra o Deus dos deuses falará coisas espantosas, e será próspero, até que a ira se complete; porque aquilo que está determinado será feito. ³⁷ E não terá respeito ao Deus de seus pais, nem terá respeito ao amor das mulheres, nem a deus algum, porque sobre tudo se engrandecerá. Daniel 11:36,37.

Será capaz de restabelecer a ordem e apaziguar os ânimos. As mudanças ocorrerão rapidamente por causa da necessidade de se reestabelecer o equilíbrio e a ordem.

3.4         Adoração

O dragão e a besta serão adorados e todos os habitantes da terra. Ninguém terá capacidade de enfrentar a besta. O anticristo será pessoa admirada por todos, por causa da sua diferença:

⁴ E adoraram o dragão que deu à besta o seu poder; e adoraram a besta, dizendo: Quem é semelhante à besta? Quem poderá batalhar contra ela? Apocalipse 13:4

Será formado um trio, constituído por Satanás (Dragão); o Anticristo (primeira Besta) e o Falso Profeta (a segunda Besta). A representação da trindade satânica tem a presunção de imitar a Trindade divina: Deus Pai, imitado na figura do dragão por Satanás; o Filho de Deus, imitado na figura do anticristo o Espírito Santo, imitado na figura do falso profeta.

O Falso Profeta, ou a Segunda Besta, como também é chamado (Ap 13.11-12) será a imitação de João Batista, no ministério de Jesus, abrindo-lhe o caminho e exaltando Sua figura.

O falso profeta fará uma imagem do anticristo e exigirá que todos adorem a sua imagem, a qual tem o poder de se movimentar e de falar (Ap 13.14-15). O anticristo não pode ser apenas uma figura política, mas alguém que agregue o poder político e religioso ao mesmo tempo.

Essa união de poderes força muitos hoje a voltar os olhos para os Islamismo. Essa religião reúne tanto o poder religioso radical e altamente intolerante com as demais religiões, quanto ainda demonstra grande sede de poder político.

Outra exigência será o sinal da besta. O falso profeta exigirá que todos os homens tenham o sinal da besta. Fala-se hoje num processo de identificação feito por um "chip", do tamanho aproximado de um grão de arroz, injetado na pele da mão ou da testa. O produto, já existente, chama-se Mondex e está sendo testado na Europa. O número 666 (Ap 13.18) tem sido cogitado como identificador da besta, desde o imperador Nero, até alguns líderes preeminentes dos nossos dias. A verdade é que nem mesmo o diabo sabe quem o será; afinal, a data do arrebatamento é misteriosa,

Uma pessoa salva jamais se submeterá a tal prática. Aqueles que aceitarem o seu sinal cairão sob a ira de Deus Ap 14.9-11). O número da besta é 666. Embora haja muitas especulações sobre esse número, não temos uma definição exata a respeito de que ou relativamente a quem esse número faça alusão. Sabe-se, apenas, que o número 6 é o número do homem.

Assim que o Senhor arrebatar a sua Igreja, tanto a primeira como a segunda besta entrarão em cena

3.5         A segunda vinda

Cumpridos os sete anos de Tribulação e, paralelamente, as Bodas do Cordeiro no céu, Jesus desce com a Sua Esposa, a Igreja, para julgar as nações: "Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá (...)" (Ap 1.7).

Esse dia é conhecido como o dia da manifesta ao dos filhos de Deus:

Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com ele em glória. Colossenses 3:4.

A trindade do mal será derrotada, sendo jogada no inferno por mil anos, juntamente com a humanidade ímpia que adorou ao AntiCristo.

Cristo governará com a Sua Igreja juntamente com os mártires da tribulação, os habitantes da terra que sobreviveram ao período da tribulação sem receber a marca da Besta.

Referência:

Walter Brunelli. Teologia para Pentecostais: Uma teologia sistemática expandida. 2017. Editora Central Gospel.

MARCELO DAVILA

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