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Parábola dos Talentos e das Recompensas

Texto: Mateus 25:13-40

Introdução

Jesus contou essa parábola como um complemento da Parábola das Dez Virgens. No texto original, os versículos 13 e 14 são um só versículo que se traduz adequadamente assim:

Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o “Filho do homem há de vir, pois ele é como como um homem que...” Mateus 25:13,14.

A diferença no texto da bíblia em português é por conta de uma opção dos tradutores.

Na Parábola das Dez Virgens ele revelou a necessidade de atenção ao caráter interno, mas, na Parábola dos Talentos, ele une essa necessidade à prática externa.

Enquanto a Parábola das Dez Virgens nos ensina sobre a necessidade de vigilância, a parábola dos Talentos ensina o dever de trabalhar.

Há uma boa razão para que essas parábolas sejam apresentadas nesta ordem, pois, a única condição para uma ação externa produtiva para o reino de Deus é que a vida com Deus seja diligentemente conservada dentro do coração.

No tempo que foi proferida, quando o rico resolvia ficar fora de casa por algum tempo, ele transformava seus escravos em seus procuradores, ou seja concedia confiança a eles para o cultivo de sua terra e investimento de seu dinheiro. Havia uma espécie de contrato formal de que os servos seriam recompensados por sua fidelidade.

Foco da parábola dos Talentos

1)     Era algo a ser tratado no final: Jesus falou com os seus enquanto estava no Monte das Oliveiras (antes de se entregar por nós), pois, mais tarde, o Senhor sabia que seria útil à igreja primitiva, que queria esperar a vinda do Senhor ainda para aqueles dias.

 

2)     Há uma diferença de responsabilidades sobre os “negócios”, conforme os dons que recebemos. Os dois servos que usaram os talentos da mesma forma, receberam igual recompensa.

 

3)     Fica demonstrada a suprema diferença entre o fiel e infiel. A condenação do servo que falhou em sua responsabilidade é uma advertência contra o não uso ou o uso indevido dos dons que recebeu.

 

4)     Os elogios que o Senhor fez aos servos, ao retornar, são os galardões que se pode esperar do Julgamento de Cristo (2 Coríntios 5) quando as nossas sobras, a seu serviço, serão recompensadas.

 

5)     Os talentos não significam algo que temos, mas, algo que Ele possui e empresta aos seus servos. Por se tratar de uma grande quantidade de dinheiro, todos os três servos tinham ampla provisão de fundos para negociarem, com aquele poder aquisitivo.

 

6)     Os bens não são nossas posses ou as habilidades que nos tornam capazes, mas são as insondáveis riquezas de sua graça, providas quantitativamente para ministração numa humanidade empobrecida.

 

7)     Servos diferentes recebem do Senhor diferentes medidas de entendimento espiritual, sendo que o homem que tem um privilégio maior, também carrega uma responsabilidade mais pesada de ser fiel, e com recompensa mais valiosa se for vencedor.

 

8)     Cada servo recebe tudo o que precisa e pode usar a fim de desempenhar o seu trabalho para ele; O servo com um talento é a descrição da vasta maioria de nós, que ocupamos um lugar discreto no reino de Deus.

 

9)     Aqueles de nós que menos tem, estão obrigados a servir ao Senhor com o que possui e, se servirem fielmente com pouco que ele concedeu, serão honrados e recompensados à mesma altura dos demais.

 

10)                       A verdadeira arte de viver é lidarmos com as limitações que temos em vez de lutarmos ou murmurarmos contra elas, por isso, é melhor estar em último lugar com fidelidade do que no primeiro com deslealdade.

 

Algumas promessas de recompensa

Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda. 2 Timóteo 4:8;

Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no seu trono. Apocalipse 3:21;

Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; Mateus 25:34;

Aplicação prática

Ao olharmos o retorno de Cristo, devemos, assim mesmo, trabalhar: Deus não espera que sejamos servos que esperam o fim das coisas de maneira apática. Veja o exemplo da igreja primitiva de Jerusalém.

Na nossa longa caminhada, o que Deus elogia e recompensa não é a capacidade intelectual, se somos brilhantes ou populares, mas a fidelidade e devoção a Ele, sem reconhecimentos ou aplausos humanos.

O primeiro servo recebeu mais do que o segundo, mas, ambos foram igualmente diligentes e fiéis com a proporção do que lhes foi confiado. Quando o senhor retornou, houve um impressionante balancete.

É muito curioso observar que os homens tenham medo de perder o que não vão usar. Na nossa vida espiritual, nunca perdemos o que usamos, pelo contrário, quando não usamos, perdemos.

Esse servo negligente representa o cristão formal moderno, que tem todos os privilégios externos do evangelho, mas nunca pensa em usar e aumentar as suas oportunidades de compartilhar esse privilégio com outras pessoas.

É impressionante observar que o servo negligente adicionou injustiça à sua indolência. Culpou a severidade do senhor, como meio de justificar sua vida apática e sem fruto; Ficou nas trevas do lado de fora do reino da responsabilidade.

Considerações finais

Nós que dizemos ser servos do Senhor, sejamos achados servindo a ele no limite máximo de nossa habilidade e capacidade, para que quando ele voltar possamos receber a nossa recompensa.

 

Fonte: Todas as Parábolas da Bíblia | Hebert Lockyer. Uma análise detalhada de todas as parábolas das escrituras. Editora: Vida.

MARCELO DAVILA

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