Home / Acontece / Textos e Reflexões

O desafio de ser discípulo

LUCAS 14.25-33

Introdução

Jesus nunca propôs um evangelho de facilidades ou de conveniência. Pelo contrário, o evangelho sempre propôs arrependimento e mudança.

Passei por algumas fases de mudanças da igreja. Vivi momentos em que dizer que era crente era motivo de honra e orgulho. Não se mexia com crente. Quando algum negócio era fechado com crente, era garantia de sucesso. Afinal, a palavra do crente valia mais que dinheiro. (Exemplo do tio Sérgio).

Com tantas mudanças sociais, hoje é até difícil a gente discernir algumas coisas, pois o relativismo tem confundido nossa cabeça, e precisamos estar bem atentos, para não profanar o sagrado ou, tornar sagrado o profano.

Em Lucas 14.25, lemos 3 parábolas curtas, e que são bem aplicáveis no ensino de vida financeira, porém o cerne dessas parábolas dá-se na condição indispensável para ser discípulo de Cristo.

Havia uma multidão seguindo Jesus. Eles acompanhavam, Jesus pelo caminho. Em dado momento, Jesus começa a dizer-lhe sobre as condições necessárias de um discípulo.

Ele conta lança 3 situações que nós fazem referir sobre quem somos nessa caminhada com Cristo, e dessas ilustrações, quero extrair algumas lições práticas para a nossa vida, ao passo de observarmos se estamos seguindo a Cristo, apenas por hábito ou se queremos nos tornar discípulos!

É difícil pensarmos sobre essa questão, viado que muitos estão apregoando em m evangelho que não promove mudanças. Porém vale ressaltar que se o evangelho não propõe mudança de pensamentos, hábitos e comportamento, não é o evangelho genuíno.

1) O primeiro ensino que Jesus traz a multidão é: seguir a Jesus demanda RENÚNCIA: dos vínculos afetivos e de si próprio. O que Jesus estava ensinando a multidão, não era o princípio do abandono afetivo, mas de prioridades. Quem ama os vínculos afetivos e a si próprio, mais do que a Cristo, não pode ser discípulo.

A primeira lição que podemos extrair daqui é o da prioridade. As mudanças sociais e o excesso de atividades das quais somos submetidos, tem nos impulsionado a priorizar o secundário e postergado o primário. E esse princípio Cristo nunca abriu mão. Você pode escolher o caminho da multidão apenas seguir, mas nunca será discípulo, se não renunciar a si próprio e seus sentimentos. Discípulo tem Cristo como prioridade principal. Se você tem deixado as coisas de Cristo por questões e vínculos pessoais, é possível que você esteja trilhando o caminho da multidão, seguidor e curtidor das obras de Cristo, mas não é discípulo;

2) Para ampliar a questão, Jesus conta a segunda parábola que fala da construção de uma torre. Da importância de calcular e planejar a construção de modo que a obra iniciada seja finalizada e atenda a expectativa de quem acompanha a execução. Essa parábola é interessante porque fala do prejuízo que a pessoa causa a si mesmo, quando não calcula o risco. Jesus estava dizendo a multidão que era necessário fazer cálculos, organizar a vida e então se tornar discípulo, a fim de que, após iniciado a obra, se tenha saldo suficiente para concluir.

É trágico, ver pessoas que passaram anos de suas vidas se dedicando a obra do Senhor, e por algum motivo, ou falta de saldo, parou sua construção e quando olhamos o fracasso, concluímos, começou e não teve como terminar!   Na minha época de jovem, quando víamos algo desse tipo, dizíamos: esse não combateu o bom combate, não terminou a carreira e perdeu a fé;

Segunda lição que podemos extrair desse texto é que discípulo verdadeiro, não abandona a construção. Ele começa a obra e tem saldo suficiente para terminar; não descansa até terminar.

3) E para concluir a advertência, Jesus relata a história de um rei que observando a fragilidade do seu exército, ele recua para avançar a longo prazo. O rei nessa ilustração, poderia cravar a guerra, e honrar sua realeza e perder todo seu exército, mas com honra; ou então, pedir trégua e aumentar seu potencial.

A ideia aqui é observar, que na primeira situação, o resultado seria individual; já nessa segunda história o prejuízo poderia afetar todo um exército. Que ganho teria o rei se combatesse e perdesse todo seu exército? Que adianta alguém ganhar o mundo e perder sua alma? A falta de cálculo poderia destruir um grande povo. E depois de perder, não teria mais como recuperar. Por isso as vezes é necessário recuar, abri mão, para que outros vivam. Vai existir lutas na vida do discípulo, que não compensará lutar e recuar será a melhor opção.

Conclusão

A graça desse texto se dá no princípio da escolha. Jesus não obrigou ninguém a segui-lo, mas se o quisesse, sofreria algumas implicações:

1) Da renúncia, deixar a sua própria vida, para viver a vida de Deus. Discípulo é aquele que abre mão de suas vontades; o discípulo quer ser igual ao seu mestre; o discípulo pensa e age como seu mestre. Discípulo imita, quer fazer tudo o que aprendeu; seguidor acompanha e curti, discípulo caminha junto.

2) Pegar a sua Cruz - pegar a sua cruz, não fala de um problema de saúde, de mau marido, de um fracasso profissional, mas o custo que ao seguir Jesus o discípulo sofreria. É a rejeição do outro, as injúrias e calúnias que sofreriam, as injustiças, a perda de amizades e a exclusão dos grupos sociais; o discípulo será odiado pelo mundo. Resultado de quem escolheu ser discípulo. Cruz é símbolo de sofrimento... Discípulo tem que estar disposto a sofrer e padecer como Cristo. Mas no paralelo desse texto, Marcos 8 vai dizer que se alguém perder sua vida por amor de Cristo e do evangelho, não perde mas encontra sua vida!!

3) implicação vem e me segue: Jesus não disse vai indo do jeito que você acha. Ou vai indo que eu te alcanço. Não ele disse, agora que você renunciou, pegou sua cruz, vem e me segue. Esforço pessoal.

O maior desafio da igreja não é formar membros da igreja, mas convencer seus membros a serem discípulos. Existem templos cheios de pessoas que se dizem cristãos, que estão na igreja, mas não são discípulos. Nunca se teve tanto crente na história da igreja, e nunca tivemos tanta falta de discípulos nas igrejas.

Nos guarde Deus de sermos encontrados no meio da multidão, curtindo as obras de Jesus, mas andando divorciado dos seus princípios e de seus valores! Não vamos negociar os princípios do Senhor. Ainda que a sociedade hoje trate com tanto relativismos, algumas coisas, que possamos viver uma vida de abnegação e devoção ao evangelho de Cristo. Oremos!

ABIGAIL ARAUJO DA SILVA DAVILA

Ver todos os textos e reflexões.