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Quanto custa se tornar discípulo de Cristo?

Ora, ia com ele uma grande multidão; e, voltando-se, disse-lhe: 26 Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. 27 E qualquer que não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo. 28 Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar? 29 Para que não aconteça que, depois de haver posto os alicerces, e não a podendo acabar, todos os que a virem comecem a escarnecer dele, 30 Dizendo: Este homem começou a edificar e não pôde acabar. 31 Ou qual é o rei que, indo à guerra a pelejar contra outro rei, não se assenta primeiro a tomar conselho sobre se com dez mil pode sair ao encontro do que vem contra ele com vinte mil? 32 De outra maneira, estando o outro ainda longe, manda embaixadores, e pede condições de paz. Lucas 14:25-32.

Introdução

Um pouco antes dessa passagem, Jesus estava comendo na casa de um dos príncipes dos fariseus, onde contou uma parábola sobre um certo homem fez uma grande ceia e convidou a muitas pessoas.

Foi um convite antecipado. Como eram muitas pessoas, o preparo desta grande ceia lhe custou muito.

Provavelmente, viu que os convidados não chegavam, e, na hora da ceia, mandou seu servo dizer aos convidados para virem.

Esses convidados enviaram desculpas desonestas para não estarem presentes, justificando-se às custas de seus bens e de suas pessoas queridas (comprei um campo, comprei bois, casei etc.).

Em lugar daqueles convidados, a casa daquele homem se encheu de todos aqueles que estavam pelas ruas, Jesus concluiu: Porque eu vos digo que nenhum daqueles homens que foram convidados provará a minha ceia. Lucas 14:24.

É nesse contexto, que Jesus se volta para a multidão. Na casa do fariseu, Jesus exortou os presentes, na mesa, sobre colocar prioridades acima do Reino de Deus, na rua não foi diferente.

A mensagem de Jesus é sobre o custo de ser discípulo. A salvação é gratuita, mas, não é barata. Ela custa nosso tempo e os prazeres lícitos, nossa saúde, nossa juventude, nosso dinheiro, nossos relacionamentos.

1)O discípulo não é multidão

25 Ora, ia com ele uma grande multidão; e, voltando-se, disse-lhe:

Uma grande multidão seguia a Jesus, era uma multidão mista. Nem todos eram seus discípulos, a maioria era de curiosos, descomprometidos, gente confusa, falsos seguidores, observadores de falhas, traidores, não convertidos etc. Seguiam a Jesus porque era popular e Jesus sabia disso.

Apesar, Jesus tinha uma preocupação genuína com eles, mas, usando palavras fortes. Jesus não tornou mais fácil segui-lo, não nivelou por baixo, antes, chamou-os para um compromisso.

2)O discípulo ama mais a Deus do que aquilo que ele mais amava nesta vida

26 Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo.

Jesus falou-lhes de maneira direta. Jesus não contradiz o que a Palavra de Deus orienta acerca da família, seu objetivo, aqui, é uma hipérbole, um exagero para levar o outro a entender que qualquer pessoa que o siga, deve amar mais a Ele do que aos seus próprios familiares mais íntimos.

Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim. Mateus 10:37.

3)O discípulo carrega a sua cruz

27 E qualquer que não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo.

É difícil pra nós compreender a severidade dessas palavras. A cruz romana era uma obscenidade para o mundo do primeiro século. Era uma forma de pena de morte, reservada apenas aos mais cruéis e desprezíveis criminosos do Império Romano. A cruz era a forma mais temida de execução pública. Era tão ofensivo e bárbaro que era proibida aplica-la ao cidadão romano. Era uma morte lenta e torturante, que prolongava intencionalmente a agonia.

A cruz era a marcha da morte. O criminoso era julgado por um juiz que tinha poder de conceder a vida ou a morte. O condenado era forçado a carregar a madeira transversal em suas costas, pelas ruas da cidade, até o local da execução, como uma demonstração pública de culpa com o objetivo de vituperar o condenado.

O caminho da cruz era em sentindo único, sem volta.

Quem quiser seguir a Jesus deve carregar a sua cruz! Quem disse? Jesus!

O que se observa sobre carregar a cruz?

1)     Compromisso da prioridade: era cruz tem precedência sobre outros chamados. O chamado de Cristo continua sendo a questão mais importante que você enfrentará, porque envolve deixar coisas boas;

2)     Compromisso pessoal: cada pessoa é chamada para seguir pessoalmente e esse chamado não pode ser transferido à responsabilidade de terceiros; Cada um é chamado para carregar a sua cruz;

3)     Compromisso incondicional: cada discípulo sabe o que significa carregar a sua cruz, mas, não conhece os detalhes desse calvário, contudo, é convidado a seguir com confiança nAquele que o chamou; Sem pré-condições.

4)     Compromisso de inteireza de coração: Jesus chamou os que estavam na multidão para seguirem após, o que exigiria coração inteiro alinhado totalmente com Ele. O único que escondia partes secretas de seu pensamento seria Judas.

5)     Compromisso aberto: a multidão era um excelente lugar para se esconder, mas, quem estava na multidão que desejasse segui-lo, deveria sair desse anonimato. Pedro, quando estava no pátio da casa do Sumo Sacerdote, foi reconhecido como sendo um deles. O compromisso é aberto, cristalino e transparente.

6)     Compromisso exclusivo: quem fosse segui-lo não poderia mais gastar tempo com a religião morta do judaísmo. Essas pessoas teriam uma quebra de paradigma com crenças que carregaram a vida inteira. Era uma mudança radical.

7)     Compromisso imediato: Jesus não passaria novamente ali, naquelas mesmas circunstâncias, com a mesma multidão. O chamado era instantâneo, único, e precisava ser respondido imediatamente.

4)O discípulo constrói uma torre

28 Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar? 29 Para que não aconteça que, depois de haver posto os alicerces, e não a podendo acabar, todos os que a virem comecem a escarnecer dele, 30 Dizendo: Este homem começou a edificar e não pôde acabar.

Quem quer seguir a Jesus é como quem constrói uma torre. A torre serve para defesa, comemoração ou otimização dos espaços.

A torre é construída ao longo de um processo de assentar pedras, vedar, medir, aprumar, gastar recursos e demandar planejamento.

Tem muita torre que ficou no alicerce, porque pessoas que começaram não calcularam o custo. São as torres de pessoas que tomaram uma decisão superficial, sem calcular o que isso exigiria delas porque vieram atraídas pela empolgação.

Muitos voltam aos seus velhos círculos sociais, velhos pecados, velhos hábitos, quando veem o custo que envolve seguir a Jesus.

5) O discípulo se rende totalmente a Deus

31 Ou qual é o rei que, indo à guerra a pelejar contra outro rei, não se assenta primeiro a tomar conselho sobre se com dez mil pode sair ao encontro do que vem contra ele com vinte mil? 32 De outra maneira, estando o outro ainda longe, manda embaixadores, e pede condições de paz.

Quando o rei viu uma força superior à sua, decidiu enviar mensageiros e fazer paz com aquele que vinha contra si. Ele se submeteu à uma autoridade suprema. Não se tratava de dois poderes iguais, um rei era muito superior ao outro: a rendição era o melhor a se fazer.

O rei com poucos recursos militares deve cair em si e perceber sobriamente que está em grande desvantagem. É uma parábola que mostra a guerra hostil entre o homem pecador e um Deus Santo.

Os termos de paz e a rendição incondicional fazem parte da relação entre o homem arrependido e o Único Deus.

Considerações finais

O Reino de Deus é conquistado à força, demandando do súdito deste reino, grande esforço.

Não se engane! A salvação dada gratuitamente tem preço alto para aquele que a recebe.

  • O discípulo pode ser gerado numa multidão, mas, não permanece nela;
  • O discípulo ama mais a Deus do que todo o resto;
  • O discípulo carrega a sua cruz, como um condenado injustamente;
  • O discípulo calcula o custo deste chamado para terminar o que começou;
  • O discípulo se rende totalmente a Deus;

Aquele que é salvo compreende o custo de ser um escolhido. Abraça essa condição e confia totalmente naquele que o chamou para saber que Dele vem sempre o melhor para a nossa vida.

Confia nEle!

Fonte: Livro Vai te custar tudo, de Steven J. Lawson,

MARCELO DAVILA

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