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Eu sou o Pão da Vida

 

 

Os seguidores de Jesus acreditam que ele é a esperança para um mundo caótico que virou as costas para Deus. Jesus é a esperança para quem tenta encontrar uma razão a existência humana, para quem procura força para suportar as dores e lamentos que a vida nos impõe todos os dias.

Há muita coisa escrita sobre Jesus. Há muito dito sobre eles. Há filmes, documentários, pinturas, canções... Em todo tipo de expressão cultural há tentativas de apresentar Jesus. Sua figura, suas frases e seu pensamento nos são apresentados na esperança de que o compreendamos melhor.

A questão curiosa é que antes de outras pessoas falarem sobre Jesus ele falou sobre si mesmo. Ele fez afirmações sobre si que chocaram os religiosos de seu tempo e surpreenderam quem estudava as Escrituras Sagradas. Essas afirmações deixaram as pessoas comuns curiosas e interessadas.

Durante as sete semanas até o final deste ano vamos nos deter em afirmações que Jesus fez sobre si mesmo e assim nos aproximar mais um pouco daquele que é a esperança do mundo.

EU SOU O PÃO DA VIDA

Em uma dessas afirmações controversas sobre si mesmo, Jesus disse: “Eu sou o pão da vida. Aquele que vem a mim nunca mais terá fome”.

Ainda que seja muito conhecida, não devemos esquecer que essa afirmação foi feita dentro de um contexto com vários fatos e circunstâncias que antecederam a fala de Jesus. E os contextos são muito importantes para compreendermos o significado das coisas.

A MULTIPLICAÇÃO DOS PÃES (Jo 6.1-12)

Jesus havia feito milagres e curado muita gente. O amor que ele tinha pelas pessoas não pode ser contido. Diante das curas e dos milagres todos ficaram impressionados e uma multidão passou a seguir Jesus por onde ele fosse.

Certa vez, junto com seus discípulos, Jesus sentou-se em um lugar mais elevado e viu uma multidão se aproximando no horário da refeição. Encontraram um rapaz que tinha cinco pães e dois peixinhos. Jesus usou o que aquele rapaz tinha para alimentar a multidão. Um grande milagre foi feito naquele dia! O milagre foi provado por mais de cinco mil homens, fora as mulheres e crianças presentes. É aí que começa o assunto. Jesus multiplicou pães e esses pães alimentaram uma multidão de pessoas.

Quando a multidão viu aquilo acontecer, certamente alguns deles se lembraram da época em que o povo peregrinou pelo deserto e Deus fez cair comida do céu. O maná era concedido por Deus todas as manhãs na porção necessária para a sobrevivência.

JESUS SE RETIROU

No final do dia, depois desse acontecimento impressionante, em vez de capitalizar o ocorrido e levantar multidões de seguidores, Jesus voltou à cidade de Cafarnaum de barco. Na volta, à noite, uma grade tempestade aconteceu e os discípulos viram Jesus caminhando por sobre as águas.

Na manhã do dia seguinte, a multidão que tinha comido do pão multiplicado sentiu falta de Jesus e de seus discípulos e também voltou para Cafarnaum em busca deles. A verdade é que a multidão estava muito impressionada com o que tinha acontecido. Não era todo dia que se via alguém capaz de multiplicar pães e alimentar uma multidão.

MOTIVAÇÃO

Tem gente que se aproxima de Jesus para ver um espetáculo. É gente enfadada que deseja ver algo surpreendente. Gente atraída pela novidade e com desejo de experimentar coisas impressionantes. Gente que deseja apenas comer e sentir-se satisfeito.

Quando Jesus viu a multidão a sua procura ele falou que aquela motivação não era boa.

Jesus respondeu: “A verdade é que vocês estão me procurando, não porque viram os sinais miraculosos, mas porque comeram os pães e ficaram satisfeitos (Jo 6.26)

A palavra de Jesus foi contundente. Não estamos acostumados a palavras diretas e confrontadoras como esta. Mas é assim que o Jesus nos ama: com firmeza.

Ele vai olhar pra você e fazer as perguntas que ninguém tem coragem de fazer. Ele vai olhar para você com amor e firmeza e dizer o que for preciso para que sua vida retorne à direção correta. Quando ele falar, não retruque. Ouça! Preste atenção! A fala dele é para o bem da sua alma.

O PÃO QUE VEIO DO CÉU: PARTE 1

Não trabalhem pela comida que se estraga, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem lhes dará. Deus, o Pai, nele colocou o seu selo de aprovação”. (Jo 6.27)

Jesus começou a falar do pão que ele multiplicou: um pão que alimenta o corpo, mas que dura muito pouco e logo se estraga. Mas o que ele queria mesmo é explicar sobre um outro tipo de alimento. Porque é bom alimentar o corpo, mas é ainda melhor alimentar o espírito. Esse alimento para ao espírito não tem prazo de validade. Ele permanece para sempre.

Enquanto a multidão corria alvoroçada em busca do pão que enche o estômago, Jesus oferecia uma outra comida que enche a alma de alegria e faz a gente encontrar sentido pra vida e se dispor a amar as pessoas.

Quem tem essa comida? Jesus nos afirma que ele tem. Mais ainda, Ele tem autoridade da parte de Deus (selo) para dar dessa comida para quem quiser prová-la.

É possível que você esteja achando estranha toda essa conversa de comida que não se estraga... de comida para a alma... E se você está achando estranho é porque ainda não lhe foi apresentado o ponto central do evangelho de Jesus. Por isso eu preciso lhe dizer que os seguidores de Jesus são movidos pela esperança de uma vida eterna com Deus. A verdade é que se você estiver satisfeito apenas em comer pão, mesmo que seja o pão que Jesus multiplicou, está almejando muito menos do que ele está oferecendo e pode perder vida eterna que Jesus está preparando para aqueles que o amam.

FRUSTRAÇÃO

Aparentemente, àquela altura da conversa, aquelas pessoas atravessaram o lago de barco para encontrar Jesus pareciam um pouco frustradas. Elas chegaram a Cafarnaum em busca do Jesus que multiplica pães, o Jesus que tem o poder de encher o estomago das pessoas. Mas parece que Ele não está disposto a continuar fazendo isso, e agora está falando sobre alimentar o espírito.

Talvez um pouco a contragosto e apenas para não perder a viagem, eles se voltam para Jesus é perguntam: “O que precisamos fazer, então?”

Acho que em algum momento da vida todos nós já fizemos esta pergunta: o que eu preciso fazer para que Deus se agrade de mim? E às vezes a pergunta vem por causa da nossa frustração com Deus.

Achávamos que ele agiria em nosso favor, achávamos que a dor ia ser curada, achávamos que o sofrimento iria cessar, achávamos que os pães seriam multiplicados de novo e ficaríamos fartos, mas aí nada aconteceu. Frustrados com Deus, nossa fala é mais ou menos assim: “Já que o Senhor não vai fazer nada sobre isso, me diga o que eu devo fazer”.

A quem você está fazendo essa pergunta? Se você fizer essa pergunta aos religiosos a resposta será uma lista de tarefas a serem cumpridas e normas a serem obedecidas. Se você pergunta às igrejas a resposta poderá ser um calendário de atividades para você frequentar. Mas quando você pergunta para Jesus a resposta é “creia naquele que Deus enviou para salvar o mundo”. Confiar sua vida em Jesus é a resposta sobre o que você deve fazer.

UMA QUESTÃO TEOLÓGICA

Então lhe perguntaram: “Que sinal miraculoso mostrarás para que o vejamos e creiamos em ti? Que farás? Os nossos antepassados comeram o maná no deserto; como está escrito: ‘Ele lhes deu a comer pão dos céus’”.
Declarou-lhes Jesus: “Digo-lhes a verdade: Não foi Moisés quem lhes deu pão do céu, mas é meu Pai quem lhes dá o verdadeiro pão do céu. Pois o pão de Deus é aquele que desceu do céu e dá vida ao mundo”.
Disseram eles: “Senhor, dá-nos sempre desse pão!”

Uma das habilidades dos seres humanos é complicar as coisas. Diante da simplicidade da afirmação de Jesus, aquelas pessoas questionaram a autoridade dele. Aí eles falam do maná dado por Deus no deserto e dizem que reconhecem a autoridade de Moisés, mas não têm motivos para reconhecer a autoridade de Cristo.

Não parece um contrassenso? Eles estavam ainda há pouco encantados com os milagres de Jesus, mas agora questionam a autoridade dele. Na verdade isso acontecem com muita frequência. Jesus é um cara legal, gente fina, grande mestre... até o momento em que ele afirma sua legítima autoridade.

Jesus não contornou a questão. Primeiro ele disse que quem alimentou o povo no passado com o pão do céu não foi Moisés nem qualquer outra pessoa, mas foi o próprio Deus que cuidou deles; depois Jesus afirmou que Deus está disposto novamente oferecer pão do céu para encher de vida este mundo que está morrendo.

Qual é a sua questão teológica. Qual são as dúvidas que estão engasgadas em sua mente e que você puxa do bolso quando Jesus se aproxima? Não fique dando uma de bom moço e contornando essas questões. Coloque tudo em pratos limpos, porque Jesus vai falar sobre cada uma delas para você. Ele vai esclarecer sua mente e retirar essas barreiras. Elas não são nada diante do Criador do universo.

O PÃO QUE VEIO DO CÉU: PARTE 2

Depois que Jesus resolveu a questão teológica eles disseram: Senhor, dá-nos sempre desse pão! Então, Jesus se revela: eu sou o pão da vida.

Então Jesus declarou: “Eu sou o pão da vida. Aquele que vem a mim nunca terá fome; aquele que crê em mim nunca terá sede. Mas, como eu lhes disse, vocês me viram, mas ainda não crêem. Todo aquele que o Pai me der virá a mim, e quem vier a mim eu jamais rejeitarei. Pois desci dos céus, não para fazer a minha vontade, mas para fazer a vontade daquele que me enviou. E esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum dos que ele me deu, mas os ressuscite no último dia. Porque a vontade de meu Pai é que todo aquele que olhar para o Filho e nele crer tenha a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia”.

1. Jesus, o pão da vida, ele mesmo, é quem satisfaz nossa fome de vida e significado. Nada mais tem o poder de fazer isso.
2. Jesus, o pão da vida veio cumprir a vontade amorosa do Deus eterno, que antes da fundação do mundo nos amou e deseja nos dar vida eterna.
3. Jesus, o pão da vida, é a real e verdadeira expressão do amor de Deus. O que você precisa fazer e crer nele de todo o seu coração e entregar-se a ele com seu Senhor.

ARISTARCO PEREIRA COELHO

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