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No mês das mulheres um pensar para os homens...

O Silêncio de Adão

Um homem pode ser compreendido quando se conhecem as perguntas que queimam em seu interior. Para muitos, uma pergunta se destaca como a mais importante: “O que devo fazer?”. Quando os homens sentem a mais profunda agonia, essa é a pergunta que fazem a si próprios.

Quando o homem se encontra num lugar onde essa pergunta não pode ser respondida, ele se move para um lugar onde pode encontrar respostas. Quando olha ao redor e percebe que, sem querer, chegou a uma situação confusa em que precisa de coragem e criatividade, ele encontra uma forma de retornar à esfera de administração. Ele acha um modo de desenvolver alguma atividade na qual sua incapacidade e temor não sejam expostos, em que a coragem para viver num mundo imprevisível não seja exigida, em suma, ele se retira para onde consegue encontrar uma resposta a essa pergunta ardente em seu peito.

Quando o homem foge do terror do mistério, para os confortos da administração, ele transige consigo mesmo. O homem governado pela exigência de sempre saber o que fazer não pode experimentar as profundas alegrias da masculinidade. Ele violou seu chamado e traiu sua natureza.

Deus chama o homem para falar para dentro da escuridão, para lembrar-se de quem Deus é e o que Ele revelou sobre a vida e com essa lembrança ocupando o lugar mais importante em sua mente, adentrar seus relacionamentos e responsabilidades com a força imaginativa de Cristo.

Deus está contando uma história. Uma história cheia de vida, amor e graça; uma história de odiar o mal e honrar o bem; uma história rica em drama, poesia e paixão. À medida que vemos essa história contada através de nossas vidas, criamos coragem para administrar a inevitável confusão da vida. Encontramos a força para nos mover adiante, para assumir riscos, para nos relacionar profundamente, porque estamos enredados na história maior de Deus.

Deus nos chama para nos movermos além do silêncio de Adão. Devemos nos entregar a Deus com absoluta confiança em Sua bondade, e, com a liberdade criada por essa confiança, adentrar as profundezas da incerteza perigosa com uma palavra vivificadora. Esse tipo de movimento pode ser algo tão simples quanto encorajar uma criança, dando-lhe um pouco mais de atenção, ou algo tão apavorante quanto dar seu coração onde, talvez, ele não seja desejado.

Mas aí é que está a dificuldade de mover-se além do silêncio de Adão: nós temos medo. O compromisso com um movimento viril cria um medo saudável. Percebemos que não há nenhum código para seguirmos nas arenas em que decidirmos entrar. Mas isso também cria um senso de antecipação. Ao resolvermos falar na escuridão, Deus nos dá coragem: não do tipo que acalma pernas trêmulas, mas do tipo que nos ajuda a seguir adiante com elas.

É uma progressão interessante. Quando os homens se avançam, pela fé, mais profundamente se conscientizam de sua necessidade de Deus e, portanto, O buscam mais zelosamente. E quando O buscamos de todo coração, nós O encontraremos. Essa é a promessa.

Homens que passam a vida encontrando Deus são silenciosamente transformados, de simples homens em presbíteros; homens piedosos que sabem o que significa confiar em alguém quando não há nenhum plano para seguir; mentores semelhantes a Cristo que falam para dentro da escuridão, com força, em vez de controle; com mansidão, em vez de força destrutiva e com sabedoria que abre caminho em meio a confusão, até chegar à beleza que há do outro lado.

Entra-se no caminho da verdadeira masculinidade pela porta estreita da pura paixão de uma completa entrega a Deus. O caminho, além da porta, é a liberdade de falar para dentro da escuridão, como alguém que ecoa a voz de um Deus não esquecido, bem lembrado, presente.

Texto Extraído do livro O SILENCIO DE ADÃO do autor Larry Crabb.
Editora VIDA NOVA

GIOVANNI DIODATO NETO

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